O tema do espetáculo parte do estado de abandono de nossa sociedade: moderna e avançada tecnologicamente, mas também, miserável, excludente e degradante. Não nos interessa tratar panfletariamente esta temática, mas trazer à luz através da simplicidade e do jogo, uma outra maneira de incluir, de reutilizar, de enobrecer.
A peça reúne textos de autores como: Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade, Manoel de Barros, Luis da Câmara Cascudo, Mtsuo Bashô, Cecília Meireles, entre outros. A partir do universo de poemas e canções construímos uma dramaturgia autoral. O espetáculo está estruturado no trabalho do ator, e na nossa necessidade em realizar um teatro simples, verdadeiro e direto.
Os personagens criados a partir da inspiração dos poemas, em especial do universo criado pelo poeta Manoel de Barros, nos aproximam de cotidiano às avessas, como uma fábula atemporal numa realidade recriada a partir do inútil, do lixo, daquilo que estaria depois do fim.
São quatro andarilhos que trazem em seus corpos, roupas e objetos, os restos de memória do que um dia foram. O espetáculo parte da poesia para criar um universo lírico e engraçado, buscando novas formas de escuta poética.